segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Nota OE- UNE: Vitória da mobilização: Reitor da UNIR renuncia

Após 71 de greve e 50 dias de ocupação da Reitoria, o movimento estudantil e sindical obteve uma grande vitória, a renúncia do Reitor José Januário de Oliveira Amaral. Além da péssima gestão no comando da UNIR, que a deixou em situação deplorável, o agora ex-Reitor está profundamente citado em várias denúncias de corrupção, envolvendo a fundação de “apoio” da UNIR, a Riomar (Fundação Rio Madeira).

Manifestação em frente a Reitoria da UNIR
A justa mobilização da comunidade acadêmica foi perseguida por ameaças aos grevistas. Um professor foi preso durante as manifestações, dois estudantes foram detidos por confeccionarem material de divulgação à sociedade com as denúncias à Reitoria.
Mesmo com as ameças e agressões o movimento mostrou que a greve e a ocupação foram os métodos necessários para mudar a UNIR. A luta intensa travada nos últimos 70 dias mostrou como se conquista. Esta conquista contra a corrupção e contra o descaso absoluto do ex-Reitor com a Universidade deve ser saudada por todo o Brasil. Acompanhamos pelo notíciário e pelas notícias do comando de greve da UNIR os desdobramentos da luta que não se encerram com a queda do Reitor, que, repetimos, só foi possível graças à coragem e à determinação dos estudantes, funcionários e professores envolvidos nesta batalha, justa e legítima em defesa de uma UNIR Pública, Gratuita, de Qualidade, socialmente referenciada.
Infelizmente, as Universidades brasileiras estão distantes de um funcionamento democrático e transparente, que impeça e puna casos como o da UNIR. Na maioria das Universidades Públicas a comunidade acadêmica não elege o seu Reitor democraticamente, estamos ainda submetidos ao modelo do 70/15/15, em que os professores possuem 70% do peso de decisão nas Universidades. Isso gera um descontrole, já que o corporativismo de muitos docentes ajuda a beneficiar uma pequena elite acadêmica. As lutas dos estudantes, funcionários e professores comprometidos com a popularização da Universidade brasileira ainda não encontra representação nos Conselhos Universitários. Por isso, tantas lutas e ocupações de Reitoria estouraram pelo Brasil em 2011, em especial na USP, na UFF e na UFPR.
De todos os cantos do Brasil, parabenizamos os lutadores da UNIR pela garra e pelo exemplo. Estamos à disposição para as próximas batalhas. É preciso lutar, é possível vencer.
Oposição de Esquerda da UNE

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